Discutir uma nova política sobre drogas para garantir direitos: Conheça a Iniciativa Negra

Entidade foi parceira territorial do Usina de Valores em Salvador, no ano de 2022

A ONG vem fortalecendo cada vez mais sua presença no espaço público e ampliação de parcerias, ao se dedicar à criação coletiva de saídas pacíficas para a guerra às drogas, divulgá-las e pressionar pela sua efetivação

“A gente enfrenta uma máquina de moer vidas negras todos os dias”, analisa o historiador Eduardo Ribeiro quando pensa no atual cenário brasileiro de guerra às drogas, incluindo  encarceramento em massa, violência letal, violência contra pessoas em situação de rua e no campo. Ao lado da socióloga Nathalia de Oliveira, ele é co-fundador da Iniciativa Negra por Uma Nova Política sobre Drogas, que atua desde 2015 para pautar uma agenda de justiça racial e econômica a partir da reforma da política de drogas. 

Trata-se da primeira organização negra do país a assumir o compromisso de diagnosticar e apontar soluções pacíficas para esta questão a partir da perspectiva racial. Na avaliação de seus fundadores, a chamada ‘guerra às drogas’ tem sido a principal justificativa política para manutenção da opressão racial sobre a população negra no Brasil. 

A ONG atua com sede em Salvador e São Paulo, incidindo em todo país, a partir do tripé pesquisa, comunicação e articulação política. O objetivo é fortalecer a narrativa antiproibicionista e antirracista para mobilizar a sociedade e pressionar o poder público em diferentes esferas e níveis. Ao longo dos anos, trabalhou em diversos relatórios e publicações, como “Narrativas Brancas, Mortes Negras”, “Um olhar preciso”, “Racismo e gestão pública: custo das políticas de drogas na Cracolândia” e a mais recente “Do descrédito ao desmonte: aplicação de alternativas penais e o enfrentamento ao uso abusivo de prisões provisórias em Salvador”. 

Ao longo de 2022, quando muito se falou em defesa democrática, a Iniciativa Negra esteve lembrando que esta realidade já não chegou a ser plenamente instituída no país. “Não há democracia com racismo”, afirma, em campanha construída junto com a Coalizão Negra por Direitos. Ao lado da Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD), a Iniciativa Negra alerta ainda para o investimento equivocado do Estado em políticas de segurança que provocam mortes e falta de direitos: “A democracia também é vítima da guerra às drogas”.

Apesar do cenário desafiador dos últimos anos, a ONG vem fortalecendo cada vez mais sua presença no espaço público e ampliação de parcerias, tanto dentro quanto fora do país, ao se dedicar à criação coletiva de saídas pacíficas para a guerra às drogas, divulgá-las e pressionar pela sua efetivação. “Obviamente, nós esperamos ter condições de incidir em um outro cenário do governo federal a partir de 2023, que nos dê melhores possibilidades de participação na sociedade civil, nas políticas de governo e de Estado”, pontua o diretor executivo Dudu Ribeiro.

Ao falar da importância das redes de diálogo internacionais e regionais, ele faz questão de ressaltar o papel fundamental das organizações de base, comunitárias, das periferias do Brasil, onde a Iniciativa Negra se faz presente: “Compreendemos que estão ali as grandes experiências inovadoras e criativas para construir formas de proteção, de sobrevivências e, sobretudo, de existência e de vivência para o povo negro”. Um olhar preciso para a refundação da democracia brasileira.

Em parceria com a Iniciativa Negra, o Usina de Valores realizou em Salvador atividades formativas como curso de direitos humanos, as oficinas de Lambe Lambe e de Teatro Griot e o evento “A importância do letramento para a garantia dos direitos humanos” 

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Atividade do Usina de Valores em Salvador

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